terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Não matem a linha Oeste

"Seguiram-se Monte Redondo, Guia e Carriço. Pouco depois da saída do Carriço, seguiu-se o Louriçal; após uma pequena ponte que liga Vierinhos a Silveirinha Pequena, o comboio começou a desacelerar para o Louriçal e Fernando pensou: “Tempos virão em que nem este nem qualquer outro comboio desacelerará para o Louriçal”. Então instalou-se nele uma enorme tristeza que lhe pôs os olhos em água." Ferreira, L. (2007) " No comboio" In "A vida e os horizontes da Mudança",Edições Ecopy. Porto Este excerto do conto- No comboio é da minha autoria, por isso, não é nada de extraordinário, mas mais uma vez fui promonitório, através da escrita, tal como fui em relação à crise internacional "Henrique Bexiga"; "às inundações no Funchal: "Na tasca Internacional" e no regresso de algumas pessoas dos grandes centros. Se 2012 vai ser mau, a linha Oeste vai ser uma das vítimas desta política de ortes. O acordo da Troika prevê uma reestruturação da rede de transportes, entre as medidas dessa reestruturação, prevê-se o encerramento da linha Oeste entre Caldas e Figueira da Foz ao transporte de passageiros. A linha Oeste já remonta ao século XIX e permitiu o desenvolvimento de algumas localidades da região Oeste e a mobilidade de muitas pessoas, entre as quais eu próprio que nunca teria conhecido ao pormenor, vivido, e estudado em Lisboa e viveria agora pior. Se não fosse a linha Oeste não teria tido a possibilidade de ir às consultas de oftalmologia a Coimbra com o meu pa e mais tarde com a minha mãe, quando era criança. Álvaro Santos Pereira, à semelhança de Vítor Gaspar estão mais interessados no seu futuro académico fora de Portugal do que em trabalhar para o bem de Portugal e dos portugueses, por isso é que eles fazem esta política em consonância com a União Europeia, a Troika e os senhores, mui nobres, bem-aventurados, santos e pios mercados. Estas medidas irão ter consequências económicas, sociais e culturais desastrosas, mas irão servir para inúmeros estudos académicos não só em Portugal, mas sobretudo fora dele, muitos desses estudos serão orientados por Álvaro Santos Pereira e Vítor Gaspar. Não tenho nada contra ao progresso académico de ninguém, também eu estou a estudar e pretendo continuar, agora fazer experiências com que alteram radicalmente a vida das pessoas, e fazer dos portugueses, como já se fez com os gregos os argentinos cobaias para aplicar medidas neoliberais que vão contra à dignidade humana e ao retrocesso dos povo é inconcebível. A mobilidade geográfica das pessoas é um direito humano fundamental e muitas vezes é necessário por razões de saúde, trabalho ou familiares. Lamento que as pessoas nesta região Oeste e de Leiria mostrem tanta passividade e resignação para com este estado de coisas. É vulgar ouvir nas ruas: "nascemos para sofrer"; "temos de levar a cruz que Deus nos deu."; o que interessa é ir tendo a família connosco."; "não há nada aa fazer."; "o que é que se há-de fazer."; "fazer greve para quê, não vale nada.". A maioria dos portugueeses ou julgam que já não há nada a fazer, ou pensam que isto vai melhorar daqui a um ou dois anos como dizem, engnosamente, os ministros, ou só se irão revoltar quando já não tiverem possibilidade de deitar uma sopa na tijela por falta de dinheiro ou de apoio das instituições de solidariedade e de caridade, porém depois já não valerá a pena a revolta, porque nessa fase já tudo estará perdido.

Sem comentários: