sábado, 13 de dezembro de 2008

A propósito das últimas faltas dos deputados à sexta-feira, Almeida Santos, presidente do PS, apareceu ontem e hoje nos telejornais da RTP - televisão pública - a defender os deputados dizendo que à sexta-feira é penoso estar na Assembleia da República a efectuar votações. Isto é uma afronta a todos os portugueses que trabalham à sexta-feira até porque é um dia útil de trabalho.
Além disso, referiu ainda que muitos deputados não eram de Lisboa e, por isso, teriam que se deslocar, mais uma afronta, porque um número relevante de trabalhadores portugueses tem de emigrar para encontrar um posto de trabalh9 logo não vão todos os fins-de-semana a casa, outros sendo do norte trabalham no sul e vice-versa, muitos do Continente trabalham nas ilhas, portanto não podem, até por razões económicas ir todos os fins-de-semana a casa.
Porém, a maior afronta foi quando ele disse que os deputados ganhavam pouco (3700,00€) logo tinham justificação para trabalharem noutras actividades. Então e os trabalhadores que ganham quinhentos ou mil euros e que estão pura e simplesmente impedidos de exercerem outras actividades? Este senhor veio defender uma corporação, a dos deputados que muitas vezes já não nos representam como deviam, sobretudo alguns deputados dos dois maiores partidos que faltam e votam decretos que lesam aqueles que os elegeram.
Esse senhor fala assim, mas esquece-se que é presidente de um partido que desde o vinte e cinco de Abril fez os maiores atentados à democracia e aos direitos dos trabalhadores. Basta ver o código de trabalho, a lei das carreiras, vínculos e remunerações na função pública, o estatuto da carreira docente. Além disso, tem sido o governo mais neoliberal e mais insensível que temos tido desde sempre, pois até aumentou impostos às pessoas com deficiência, negando-lhe ajudas técnicas e uma integraçãon profissional mais favorável.
Talvez esse senhor julgue que ainda estamos no tempo anterior a mil novecentos e setenta e quatro em que só meia-dúzia podia, mandava e detinha os privilégios, enquanto o povo era oprimido.
Lamento que os órgãos de comunicação social, sobretudo os do Estado, dêem permanentemente carta branca a essas pessoas que julgam que podem falar e escrever sobre tudo e sobre nada.
é

domingo, 7 de dezembro de 2008

professores

A guerra entre o Ministério e os sindicatos parece que continua, quando irá terminar? Será difícil até porque tuda esta intransigência do Ministério da Educação tem como base não apenas o PS, mas a pressão de forças ocultas de natureza económica, os grandes grupos económicos e determinadas organizações de grandes empreários como o compromisso Portugal, que governam Portugal e que pretendem obter do Estado privilégios especiais, nomeadamente a descida de impostos para eles, ora para isso, o Estado terá que baixar a despesa, porque a carga fiscal já é muito elevada.
A classe profissional dentro da função pública com maior peso são os professores, logo de duas uma ou privatizam-se as escolas ou reduz-se drasticamente o número de docentes e o seu salário, por isso, arranjou-se um Estatuto da Carreira Docente que ridiculariza, pune, reprime e infantiliza os docentes e um sistema de avaliação que visa impedir que a maioria suba de escalão e obrigue alguns a deixar a carreira.
Quanto ao PS pode beneficiar, pois poderá eventulamente receber apoio de grandes grupos económicos, talvez parte da população apoie estas medidas antiprofessor que levarão a médio prazo ao colapso da escola pública. Além disso, esta geração "Magalhães" e "e-escolas" possa no futuro alistar-se no PS.
No entanto existe um contra, o PS é o único partido socialista europeu que não assenta na luta sindical, preferindo aliar-se às grandes confederações sindicais, o que ainda lhes poderá causar a curto e/ou médio prazo uma grande surpresa que lhes trará enormes dores de cabeça talvez acompanhados por lágrimas de corcodilo.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

As goleadas do Benfica e do Sporting na semana passada nas competições europeias e a recente derrota estrondosa da selecção no Brasil, a escassez de medalhas nos jogos Olímpicos e para-olímpicos vieram demonstrar a decadência e as fragilidades de Portugal agora também no campo desportivo.
Desde dois mil e um que temos uma grave crise económica que se irá agudizar agora em dois mil e nove devido à forte crise internacional.
Estamos a ser governados por políticos muito fracos que têm uma visão tão reduzida em relação ao presente e ao futuro como aquela que podemos ter num dia de nevoeiro em cima da ponte sobre o Tejo. Estes políticos que nos governam limitam-se a apoiar bancos, banquitos e banqueiros, a diabolizar e sobrecarregar os professores da escola pública, a acentuar as desigualdades sociais, a implementar leis laboras na função pública e no privado através do Código de Trabalho, etc. A fome e a pobreza estão a aumentar em todo o país, nas cidades grandes e de média dimensão é ver os sem-abrigo que dormem junto às lojas e nas arcadas disponíveis, o banco alimentar contra à fome apoiava duzentos mil, mas esse número subiu para duzentos e quarenta e cinco mil e já apareceram mais treze mil, felizmente que os portugueses são generosos e contribuíram este fim-de-semana para dar a essas pessoas um prato de comida quente. Entretanto o pessimismo, a descrença e a decadência vai-se instalando e Portugal vai-se tornando cada vez mais um país atrasado e subdesenvolvido. Para já vale-nos o Natal que se aproxima.