domingo, 30 de outubro de 2011

Armando Nembri - um exemplo de vida

"Sou surdo, casado e com uma filha de nove anos; ambas, mulher e filha, ouvintes Este sujeito surdo ama a vida e tem a percção de que tudo o que é vivenciado vale a pena, uma vez que a carga de aprendizagem que os momentos vividos fornecem , valerá para toda a vida que ainda resta viver. e viver é uma arte,  principalmentequando a vida é dividida entre dois mundos distintos, mas inter-relacionados". (Nembri, 2010 pág. 57)

Chama-se Armando Guimarães Nembri é brasileiro e surdo de nascença. Em 2010, escreveu em co-autoria com Angela Carrancho da Silva o livro intitulado Ouvindo o Silênciao - surdez, linguagem e Educação -  em 2010 saiu a  2ª. Edição da editora Mediação - www.editoramediacao.com.br
     Este é o livro que eu estou e irei continuar a ler nas próximas semanas, aos poucos e nos intervalos dos textos que tenho de ler para a minha tese de mestrado.
     Armando é mais um exemplo de perseverança , motivação e resiliência de pessoas com deficiência.
Felizmente são muitos os casos de pessoas com deficiência que  chegam longe neste mundo de dificuldades.
     Eu próprio carrego uma deficiência visual - baixa visão - desde o início da minha aventura sobre a Terra, no entanto isso não me impediu  de estudar, ter concluído a licenciatura em Linguística, ser professor de Português e agora mestrando do mestrado de Reabilitação na Especialidade de Deficiência Visual na Faculdade de Motricidade Humana em Lisboa e ainda autor de cinco livros de ficção onde a descrição visual está muito presente. Os livros encontram-se referidos na minha página: www.luismferreira.no.comunidades.net
     Como disse um dia um eurodeputado, primeiro eurodeputado surdo, cujo nome não me recorda: "a deficiência não me limita, a sociedade sim".
Ser deficiente não é o fim do mundo, não é a última linha, o final da estrada, podendo até ser o ponto de partida para muitos e nobres desafios para tornar o  mundo melhor, é isso que  Armando Nembri, eu e  tantas pessoas com  as mais diversas deficiências em todo o mundo fazemos.
Nós não somos seres extraterrestres, mas apenas temos uma forma de estar e de pensar diferente, temos uma cultura própria, uma identidade, uma maneira de ver o mundo.
Se a sociedade contar connosco, talvez o mundo possa melhorar, talvez possamos contribuir para uma  diminuição da crise económica que nos afeta e das suas consequências presentes e futuras.

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