quinta-feira, 15 de julho de 2010

As pessoas estão primeiro

Ontem, o Presidente da República afirmou numa das suas visitas contra à exclusão que o governo deveria ter em atenção que as pessoas estão primeiro.
Eu ainda me recordo dos governos dirigidos por Cavaco Silva, onde o dinheiro abundava, todavia ele era gasto em asfalto e betão armado, numa perspectiva desumana, fria, cinzenta, mas nesse mesmo tempo o número de excluídos e as desigualdades sociais aumentaram.
Durante os dez anos em que Cavaco Silva foi oposição, ele referiu em diversas ocasiões que se deveriam fazer reformas na admnistração pública, saúde, educação, segurança social, etc. caso contrário um dia elas já não se poderiam fazer sem dor.
Em 2006, quando Cavaco Silva se candidatou a Presidente da República, afirmou várias vezes que iria cooperar com o governo, numa cooperação estratégica para que Portugal saisse da situação em que já se encontrava na altura.
Ao longo destes quatro anos de mandato, nunca se opôs às medidas mais gravosas do governo, até as considerou positivas, limitando-se a condenar o Estatuto dos Açores, a nova lei do divórcio, o casamento gay.
É claro, que as pessoas estão primeiro, mas quem defende este capitalismo selvagem em que a qualidade de vida e os direitos são só para meia-dúzia de priveligiados as pessoas estão em último lugar, servindo apenas para servir aqueles que ostentam poder e dinheiro. E Cavaco pertence a esses, tal como o lider do seu partido, Pedro Passos Coelho.
Os ultra-liberais servem-se da crise para tentarem impor as suas políticas subversivas da essência do ser humano. Por ano são cem mil os portugueses que partem para outros países à procura de uma vida melhor, são muitos os que entram em depressão, os que se suicidam, mas esses senhores nada disso conseguem ver, porque estão cegos pelo poder e por querer tornar os portugueses escravos é querer que trabalhemos para eles.
Infelizmente, eles irão conseguir, porque muitos portugueses estão incautos e dar-lhes-ão apoio incondicional, além disso semeiam o péssimismo e a descrença das pessoas no futuro, roubam-nos a esperança, querem colocar a maioria do povo no centro da opressão para assim o poderem dominar, muitos padecerão, mas assim ficarão mais recursos para que alguns possam acumular. Basta ver as propostas: corte de 30% nos salários dos funcionários públicos, fim da gratuitidade e universalidade na educação e na saúde, liberalizar ainda mais os despedimentos.
Fico triste que políticos medíocres, conservadores de mente fechada e ultra-liberais nos queiram condenar a um inferno terreno só para seu contentamento.
Existe um sector político em Portugal, que vai do PSD até à extrema-direita, inclui alguns elementos do PS, cujo seu objectivo é fazer um ajuste de contas final com o 25 de Abril. É que eles foram contra à Revolução dos Cravos, preferindo a estagnação Marcelista e agora querem fazer pagar a pessoas que na altura ainda não existiam ou eram muito pequenas como eu.
Eu tive de viver três anos com a minha mãe em casa com enormes dificuldades, porque o meu pai foi recrutado para a guerra em Angola, agora ainda terei de pagar, porque esses senhores querem-se vingar contra ao vinte e cinco de Abril, fazendo-nos passar por sacrifícios impossíveis de suportar. Haja paciência para suportar estes políticos e as suas propostas, as quais só servem a alguns.

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