sexta-feira, 31 de julho de 2009

Café Martinho da Arcada

Em plena Baixa de Lisboa, na rua da Alfândega, desde 1782, que o café Martim da Arcada tem sido palco de encontros culturais, turtúlias, etc. foi lá que Fernando Pessoa escreveu, possivelmente muitos dos bonitos poemas do seu hortónimo e dos seus hecterónimos. Lugar de passagem de muitos turistas, lisboetas e intelectuais portugueses e estrangeiros.
A câmara municipal de Lisboa, alterou os seus planos de trânsito, facto que levou a passarem cerca de 150 autocarros por hora junto àquele café, obrigando as pessoas a fugierem da esplanada e poluindo fortemente aquele local. Este facto, levou à diminuição de clientes, logo a prejuízos elevadíssimos daquele estabelecimento, ao ponto de o seu proprietário ponderar já o seu encerramento até ao fim do ano.
No Porto a câmara aprovou a privatização, com os votos favoráveis do PS, PSD e CDS, do Pavilhão Rosa Mota e do Palácio de Cristal, sendo estes espaços ocupados no futuro por empreendimentos turísticos.
Agora fala-se na privatização da mata que circunda o estádio nacional. Aquele espaço que é público, portanto de todos nós, passará a ser um campo de golfe, logo só de alguns.
De facto estes políticos que nos governam, sejam eles do governo ou das câmaras não têm princípios de ética e de dever público, são uns autênticos vendilhões do templo, ao aniquilarem o património público ou privado que tem como características o facto de ser património histórico, cultural ou natural. Para mim qualquer governo ou autarquia, independentemente da sua cor, que não respeite as pessoas, a natureza ou o património histórico, cultural ou natural, os quais fazem parte da soberania nacional, não serve, devendo ser substituídos logo que for possível.
Estamos a atravessar uma fase em que os governos e parte das autarquias são demasiado materialistas, preocupando-se apenas com as estatísticas, o crescimento dos grandes grupos económicos, com as obras de alcatrão e cimento armado e com o dinheiro e nada com as pessoas, o seu bem-estar e o seu modo de vida.
Deveríamos reflectir sobre isto, dado que no futuro as consequências desta forma de governar no presente serão catastróficas.
É por isso, que deveríamos apostar nos pensadores, não do dinheiro, pois para isso temos todos os dias os banqueiros e os economistas liberais na televisão, mas sim em pensadores do Homem.

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