Nos últimos meses, temos ouvido falar muito em crise e nas suas consequências, sobretudo as consequências sociais:desemprego, falências, crédito mal-parado violência, pobreza, até suicídio, etc. No entanto, do que mais se tem falado nos últimos tempos é da crise financeira e dentro desta da grande crise do Euro, o qual tem estado a desvalorizar perante o Dólar.
Na base dessa desvalorização do Euro temos os desiquilíbrios orçamentais em grande parte dos dezasseis países da zona Euro.
Irlanda, Grécia, Espanha e Portugal são os países em que o desiquilíbrio orçamental é mais acentuado com um elevado défice e uma monstruosa dívida pública.
É normal que qualquer país zele por ter contas públicas equilibradas, pois só dessa forma uma nação se pode desenvolver, no entanto, todos se esquecem da forma como o restabelecimento do equilíbrio orçamental é feito: aumento de impostos, muitas vezes sobre as pessoas mais pobres ou da classe média e corte nas despesas públicas, sobretudo nas áreas sociais como na saúde, educação e segurança social, sendo depois substituídas por empresas privadas cruelmente lucrativas à custa da saúde, do trabalho e das poupanças das pessoas ou então à custa da caridade que algumas instituições vão fazendo e onde muitos dos seus membros aproveitam para mostrar à sociedade a sua generosidade e piedade para com os mais fracos, a quem muitas vezes não ajudaram em tempo oportuno.
Tudo em nome do "Deus Euro", esse sim, tem de ser salvo, isso já defendeu o primeiro-ministro, o presidente da república e o presidente do PSD,formando todos eles uma equipa coesa na salvação obrigatória do Euro, independentemente de tudo.
Parece que as pessoas não são nada, importante é o Euro, são os mercados, é a artificial União Europeia, são os mercados financeiros, é a especulação financeira, etc. Até parece que se o Euro e os mercados acabassem, acabaria o mundo, morreriam as pessoas, seria o fim do mercado.
O dinheiro existe, porque é uma criação humana e deveria ser, supostamente, para servir as pessoas, nunca o contrário. Afinal, o dinheiro e os mercados só existem porque existem pessoas, se deixasse de haver pessoas, deixaria de haver dinheiro e mercado.
Antes dizia-se: "amai a Deus sobre todas as coisas", depois "ama o próximo como a ti mesmo", agora a máxima é: "ama o Euro acima de tudo", logo vale a pena fazer sacrifícios, esforços inúteis, sofrer, até imular a vida em nome do maldito dinheiro.
Só se fala em salvar o Euro, então e as pessoas Maltrata-se o povo com leis obscenas que não respeitam os mais elementares direitos da pessoa humana; idolatra-se o Euro, contudo blasfema-se a Deus, indepenentemente de ele existir ou não, depende da crença de cada um, deve ser respeitado; dá-se o primeiro lugar ao dinheiro - Euro, mas destrói-se a natureza de onde tudo o que existe ao cimo da Terra veio.
Haja paciência para ouvir pseudo-sábios defender barbaridades destas, as quais não são mais do que a inversão dos valores que deveriam nortear a humanidade.
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