Pode parecer populismo, insensatez ou indelicadeza da minha parte, mas não é, na medida em que o que se passa actualmente nas escolas e universidades portuguesas é muito grave e, se nada se fizer, poderá tornar-se insuportável.
Recentemente, o Dr. Medina Carreira disse durante uma turtúlia que decorreu no casino da Figueira da Foz que a educação em Portugal é uma mentira. Eu não sou um fervoroso adepto de tudo o que diz o Dr. Medina Carreira, mas não deixo de lhe dar razão em muitos aspectos, julgo até que ele é dos únicos pensadores portugueses.
Portugal tem um grande défice de literacia, tendo também elevados níveis de abandono e insucesso escolar.
No entanto, o que eu ouço da boca dos governantes,pedagogos, confederação de pais, etc é: computadores magalhães, avaliação de professores, quadros interactivos, evitar as reprovações, etc. isto é, um ensino facilitista para os alunos, mas dificílimo para quem é professor ou funcionário de uma escola.
De facto, ninguém fala na indisciplina, este sim o grande problema das escolas, tal como eu já digo no meu livro - Os doze rapazes.
Enquanto não se assumir este problema e não se fizer nada para o combater, tudo irá piorar. Ptaticamente todos os professores do ensino básico têm indisciplina, só que muitos não o assumem e outros dizem que com eles os alunos portam-se bem. Estamos numa época em que existe falta de valores e, para agravar ainda vêm os governantes, adjuvantes govenramentais e pedagogos falar nos direitos dos alunos e dos jovens, o que faz com que muitos deles, com poucos valores e até mal-formados e mal-educados não respeitem os docentes nas escolas e se limitem a ridicularizar sempre que vêem uma pessoa com deficiência, um idoso ou alguém diferente.
A educação e a transmissão de valores deve ser dada em primeiro lugar pelas famílias, uma vez que os docentes são profissionais de ensino, não podendo. por isso, substituir os pais, avós etc.
Além disso, não é fechar os alunos sete e oito horas dentro de uma sala de aula que resolve, isso é populismo para tentar obtrer votos, pois isso serve apenas para demonstrar aos pais que os seus filhos estão ocupados. Os jovens e as crianças também precisam de correr, falar, brncar, conviver, etc e se não lhe dão essa oportunidade nos momentos e locais certos - mesmo nas escolas - recreio, salss de convívio, etc. tentarão fazê-lo nas aulas, porque estão numa idade em que eles precisam de libertar energias.
A primeira função da escola é a aprendizagem de conteúdos de vária ordem, devendo ainda ser um lugar de alegria, de cultura e de respeito e não um lugar onde impera a indisciplina, onde os pais e governantes e a sociedade em geral depositam as crianças e os jovens, desresponsabilizando-se deles e forçando os educadores, docentes e funcionários de acção educativa a desempenharem o papel de pais, psicólogos, assistentes sociais, polícias, juízes, etc. Já quase ninguém fala em aprender, em formar bons cidadãos, com conhecimentos em todas as áreas, interessa é ocupar o tempo das crianças e dos jovens e contribuir para as boas estatísticas aprovando todos os alunos, independentemente deles terem adquirido muitos, poucos ou nenhuns conhecimentos.
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